“Cerveja é coisa de homem”. Já ouviu essa frase? Claro que já ouviu ou já leu muito por aí. E não só saindo da boca de amigos, mas também em quase todas as propagandas de bebidas. A verdade é que – aceite ou não – cerveja é coisa de mulher sim. E não só no ato de “beber cerveja”, mas a mulherada está ocupando cada vez mais o seu espaço na produção cervejeira. E é o que a cerveja ELA (Empoderar, Libertar, Agir) propõe.
Um grupo formado por mestres cervejeiras, sommeliers, juízas, empresárias, especialistas, professoras e apreciadoras de vários lugares do Brasil querem desmistificar o machismo no mercado cervejeiro.
A união teve início em maio, depois de um rótulo de cerveja mostrar a imagem de uma mulher de forma negativa.
“Essa história de peito e bunda na cerveja já deu, né? Estamos no mundo da cerveja tanto quanto eles, trabalhamos tanto quanto eles e precisamos de respeito”,
explica a gerente comercial e de marketing da Cervejaria Dádiva e uma das idealizadoras do projeto, a sommelière Aline Smaniotto Tiene.
E assim surgiu, ELA: uma cerveja com rótulo exclusivo produzida inteiramente por mulheres. Juntas, elaboraram o nome, identidade visual e claro, a receita. Produziram ELA na Cervejaria Dádiva, de Várzea Paulista (SP).
“Fizemos o CIP (desinfecção) no tanque, moemos e arriamos o malte, enfim produzimos a cerveja com as nossas mãos e temos muito orgulho disso”, afirma Aline.
Cerveja ELA
Uma American Barley Wine, com um amargor mais acentuado que a versão de origem. A escolha foi feita para acabar com o estereótipo de que mulher só gosta de cerveja leve e doce. A bebida tem 10% de graduação alcoólica, leva maltes tostados e lúpulos americanos de aroma e amargor.
Quer saber o mais legal? O lucro das vendas da cerveja será doado a entidades que acolhem mulheres vítimas de violência. “Foi feita uma embalagem de papel que deve ser rasgada para rasgarmos os preconceitos”, conta Jaqueline.
O lançamento será no dia 7 de setembro, à partir das 11h, no BH Cervejas (Conselheiro Lafaiete, 510, Sagrada Família).