Mohawk, da Drakkar: um rótulo macho, que não enrola para falar a que veio

Marca fresquinha apontando na área, mas que de frescura não tem nada. A Drakkar mostra a que veio já no nome, que é uma referência aos navios clássicos dos vikings.

A marca segue com a pegada bruta, rústica e primitiva em todos os rótulos que conheci, através do O Cervejonauta, cuja resenha, mais uma vez, você encontra aqui.

Hoje vou falar sobre um de seus rótulos mais recentes, a Mohawk, uma American Pale Ale de coloração dourado intensa (mas nem se preocupe, isso é tudo que falarei sobre o líquido), fez o mesmo caminho que os navios vikings supostamente fizeram ao chegarem a América antes dos demais europeus, e nos traz o contato com uma das tribos da confederação Iroqui, a tribo dos Mohawk (dãr).

Mohawk, da Drakkar
Cara de poucos amigos, como tem que ser.

Antes mesmo de descobrir as experiências escondidas na marca, confesso que já viajei na história e nas pesquisas. Não sei se comentei, mas (momento autopromoção) tenho pós-graduação em “História: cultura e sociedade” (esse era o nome do curso), e essas marcas que trabalham com referências histórias tem um lugarzinho garantido no meu coração.

Mas não demorou muito e eu acabei me frustrando: não há um site pra gente viajar em tudo isso, ou para diluir a temática tão interessante em um conteúdo bem levinho para qualquer leigo dar vários goles de conhecimento antes de golar a cerveja.

Como disse, a Mohawk, da Drakkar, tem um rótulo macho, e não deixa de manter a pegada da marca, algum povo antigo, conhecido por ser bruto e rústico.

Os tais, Mohawk também são chamados de “moicanos” (embora haja divergências), e agora você consegue entender o porquê desse indião estiloso no meio do rótulo, né? Agora preste atenção só no índio, ele não tem um traço moderno, pelo contrário, parece um selo antigo ou uma figura dos livros de história de 1900ebolinha. Perfeito.

Mohawk, da Drakkar
Uma dica para assistir enquanto bebe.

Além do rótulo, Mohawk, da Drakkar, tem um nome macho?

Mas isso me faz pensar que sim, eles poderiam ter colocado simplesmente ‘moicano’ no nome, ao invés de uma palavra que pouquíssimas pessoas conseguirão até mesmo pronunciar, que dirá escrever.

Mas a marca acertou mais uma vez, afinal ela se chama Drakkar, e não Dracar.

Repetindo: a coisa é macha e rústica. Vende ORIGEM CONCEITUAL.
A propósito, pronuncia-se MÔU-RÁQ (com R de ‘rato’).

O círculo com estrelas, a cara dos selos oficias dos EUA (que você deve se lembrar do logo do Ramones), dá aquela sensação de um american dream, reforçado pelas listras logo atrás. Claro, não dá pra esquecer que esse american dream custou a vida de quase todos Mohawk dreamers. Mero detalhe, né?

Enfim, o rótulo é bonito, com uma palheta simples que remete às cervejarias americanas em um geral (ponto positivíssimo) e também possui uma parte bem didática de instruções, ao lado.

E assim, abruptamente, vamos ao veredito: